segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

PRENDA




Aconteceu, não dá pra disfarçar,
A ânsia nasce, uma taquicardia,
É como uma trombeta que anuncia,
Que é o tempo agora para amar...

Os beijos mais profundos hão de matar
A sede que não cessa dia-a-dia,
Bem sei que só t'a boca me sacia,
Minha fraqueza és; meu calcanhar...

E animado, assim, me fortaleço,
Sabendo: cada escolha tem seu preço,
E vou à luta agora, desde então...

Espero quando lês, me compreenda,
Aceite esse presente - essa prenda,
Qu'agora entrego a ti: Meu coração...

Gonçalves Reis - 30/12/14 - 00: 44

quinta-feira, 3 de abril de 2014

ENTÃO 40...








Esse escrito não é uma crônica, não é um conto, talvez um ensaio, quem sabe... Dessa vez não quero pretensões literárias. É apenas um fluxo de consciência. Perdoem-me colegas se, de repente, o passado cruzar com o presente; importa é memória.
Ainda me lembro das “terríveis” manhãs para ir à escola e da primeira professora Maria José – um doce de profissional. Dos exercícios físicos, da hora das histórias na biblioteca... Lembro-me  dos domingos ensolarados e do horário de verão... Das chuvas de verão que caía no asfalto subindo um vapor então... Das tardes que nunca se acabavam quando, no ginásio, ficava olhando a estrada pela janela num olhar perdido... Dos trabalhos escolares na casa dos colegas e alguns que viraram grandes – os melhores – amigos... Das provas e trabalho de folclores... Aquele tempo era bom, pois o estudo era pra valer. As idas ao Centro Cultural para pesquisa...  O passeio ao zoológico, à fábrica da Coca-Cola, a Estação Ciência... Os anos passados no Figueiredo e como vivíamos numa espécie familiar...  Tiveram desavenças, descobertas, desafios... Os mestres que marcaram:  Ruth, Alteres, Waldemar, Cleusa, Valry, Nara, Neide,  e a dona Olga...
Lembro-me de uma viagem com meus primos a Barretos. Foi a melhor, depois viria uma grande perda: meu primo – com onze anos – morreria afogado no dia seguinte em sua nova residência. Passamos o Natal e o Ano-novo. Sim, lembro-me da árvore natalina em casa da minha tia quando eu dormia lá: o algodão qual neve, o pisca-pisca, os enfeites de vidros... Voltávamos da praça quando ele escorregou e caiu na fonte. Aí todos resolveram se molhar para ele na apanhar...  Eu era então um desbravador. Em minhas mãos as marcas da infância: Subia em árvores, pulava muros, queimava plásticos... As tardes eram longas...  A mãe era eterna... A vida era brilhante...
Então no Isaltino os novos companheiros...  O grande mestre Pedro Egídio – lembra Edson e Cris e Douglas?  Um novo campo, novas histórias e velhos companheiros... E quando fomos ao centro de Sampa com as caras pintadas? O mesmo aconteceu na greve na escola... São flashes e momentos que nunca passarão...





Os contratempos tinham – e como!... Mas parafraseando o poema de Drummond o “anjo torto” tentou – e ainda tenta – desanimar-me. As brigas familiares. O pai que era ausente... As dores foram intensas, a mágoa machucava, a timidez feroz trancava-me em uma jaula invisível.  Porém, a Luz que vem do céu é o meu conforto. Mas enfrentei e resolvi seguir...
“Chega um momento em que a vida para de nos dar e começa a nos tirar”, a frase é do filme “Indiana Jones e o reino da caveira de cristal”. Tão verdadeira é, pois minha mãe se foi, e duas de minhas tias... Então o grande vazio que fica obriga a prosseguir ou estacionar... Optei por seguir... Que culpa tem alguém? Revoltar-se não as traria à vida... Fácil não foi, mas quem precisa saber?
Sim, lembro-me das tardes em casa da minha tia com o pão salvado quente e chá com leite. Da comida que minha mãe fazia. Dos doces e tantas outras coisas... Do cheiro de café pela manhã... Dos sonhos de cientista, dos livros companheiros...
Tão vívidos momentos na cabeça. O tempo e o trabalho afastaram os amigos, porém a amizade só fortaleceu. Vieram companheiros na jornada  que ajudaram nessa caminhada... E agradeço a Deus  pelo amparo e pelos companheiros que Ele me enviou como presente... Muito obrigado amigos... Assim nesse breve brisa em que escrevo agora eu vejo como o tempo corre... A alma ainda é jovem, a mente  mais madura, a barriga cresceu, os cabelos rarearam... Mas a disposição e o desejo para o aprendizado e novas amizades estão intactos... Não sei como se chega aos quarenta, mas eis que entrei nele agora...kkk!


03/04/2014

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Literatura Contemporânea: A era dos Embalos


http://the-rioblog.blogspot.com.br/2010/07/os-plagios-mais-descarados-da-historia.html





Desde “O Senhor dos Anéis”, que a Literatura nunca mais foi a mesma. Começou um crescente de Mundos e Seres Fantásticos que nem mesmo Stan Lee e Jack Kirb – criadores dos X-mens – imaginaram. Achar um livro bom agora é tarefa para um Sherlok Holmes. É tantos títulos à escolha que fica difícil. Estive em uma livraria no feriado para verificar o novo livro de Stephen King “Sob a Redoma”, quando deparei-me com a capa de um livro intitulado “Luxúria” de Eve Berlin. Pronto, pensei, agora começa a febre sadomasoquista, pois tanto essa, quanto “Toda sua” de Sylvia Day e a precursora “Cinquenta Tons de Cinza”, falam do mesmo assunto. Isso acaba me incomodando: seguir o embalo alheio. Claro que nesse meio aparece bons livros. Porém, a  mania de continuação de ideias não cai bem. As trilogias estão em altas. Antes de toda essa gama acontecer Tolkien, Pullman e Lewis não imaginavam, talvez, o impacto que causariam posteriormente nos futuros escritores. Até mesmo Stephen King enveredou-se por essas estradas. Disse que quando viu a obra de Tolkien quis escrever uma história igual. Na época, ele contava com dezenove anos, quando resolveu criar Roland Deschain da Torre Negra. Demorou trinta anos para conclui-la, sendo que, devido a prolixidade do autor, a história acabou prejudicada. J.K.Rowling cria Harry Potter que seguiu por uns dez anos muitos adolescentes. Essa história lembra muito Pollyanna. Menina órfã de pai e mãe, que vai morar com a tia. Dorme no sótão, debaixo da escada. O pai era pastor. Até aí tudo bem, pois sofremos a influência daquilo que vemos, ouvimos e lemos. Os seres fantásticos que há nos livros são saídos de um “Senhor dos Anéis” e “Nárnia”. Depois dela,  Rick Riordan com “Percy Jackson. Meninos parecidos desprezados, descobrem-se especiais, vão para um lugar onde podem desenvolver suas habilidades e “A descoberta das bruxas” de Deborah Harkness. Esse é uma menina Debora Bishop, pais bruxos, fica órfã aos sete anos. Em um a trama é entremeada de Vampiros e Lobisomens para dar mais emoção. No outro, os deuses e seres mitológicos, porém discípulos de Rowling.




 Depois Stephenie Meyer e a saga Crepúsculo. Daí pra cá, a literatura imergiu em tanta fantasia que o estranho mesmo é ler um livro comum. 

Li o livro "A Rainha dos Condenados" de Anne Rice, deparei-me com uma questão: um capítulo intitulado "Daniel, o garoto da Entrevista com o Vampiro, ou o favorito do demônio", vi ali a história de Bela e Edward e Bela. Pois um vampiro – Armand – apaixona-se por ele. Corteja-o, protege-o, e o guarda de uma forma desesperadoramente apaixonada. E Daniel pede para ser transformado em vampiro também, pois logo envelhecerá e morrerá – alguém já leu isso em algum lugar? Se não me falha a memória, Meyer disse que sonhou com  Edward. A intertextualidade é latente, não tem como negar. No livro dela também há um quê de X-MEN nos vampiros, pois todos têm poderes especiais. Porém, anteriormente, André Vianco em seu “Os Sete”, criou uns vampiros superpoderosos: Espelho, Acordador, Miguel, Lobo, Inverno e Tempestade. Esses são uns personagens bem montados. Achei muito interessante a história. Mas veja a influência “x-men”: Espelho seria a Mística, Inverno e Tempestade nem precisa dizer nada. Pensei que tivesse, enfim, chegado ao fim a Era dos vampiros apareceu “Crepúsculo”. É claro, que com a demanda de livros de fácil assimilação, um autor lançando uma história boa, dando certo logo vira embalo. Vieram outros temas: Sereias, anjos, demônios,  zumbis, deuses mitológicos. Claro  que nesse meio há coisas – aparentemente – boas; como a “A Maldição do Tigre” de Colleen Houck, “Delirio” de Lauren Oliver, “ Noturno” de Guilermo Del Toro,  dentre outros. A saga agora é descobrir uma obra original na Era dos Embalos.

 06/09/13 – 23/02/14