sábado, 26 de novembro de 2011

ÁLVARO DE CAMPOS LÊ CLARICE LISPECTOR









Pra quem na vida só levou porrada,
Pra quem acreditou na fantasia,
E vendo – logo após – a dura e fria
Realidade áspera – mais nada.

Pra quem só teve luta na jornada,
Ficando algumas noites de vigia,
Sonhando acordado – quem diria,
Até ver o raiar da alvorada...

Um sentimento busca; e quando o sente,
Abate-lhe um susto de repente.
Entristecendo logo que o anima...

Pois acha tudo isso como a bruma,
Que ao sol e ao vento esvai – não coaduna,
Já que a felicidade é clandestina.

2O/O7/2O11

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